A Escola de Hoje, Teorias Implícitas, O Ensino Cognitivo, Comportamentalista e o Humanista.


A Escola de hoje

A Escola de hoje ainda está muito longe de ser a Escola que eu quero ter, da Escola que eu gostaria de ter sido aluna. Mas muitos paradigmas nós já conseguimos quebrar.
     Já há muito tempo que demos a volta no sistema e fazemos o que nossas convicções nos conduzirem a fazer. Hoje somos amparados pela Lei de Diretrizes e Bases que concedeu a autonomia necessária. Certamente que quebrar paradigmas envolve apropriação de conhecimento e compromisso com os resultados. Mas ainda sofremos muito com a repressão da comunidade escolar que deseja uma Escola alternativa para seu filho, mas que na hora “H” quer mesmo que ele seja aprovado em concursos, que seja igual ao primo, ao vizinho, ao filho do chefe.
     A Escola que meus filhos têm hoje avançou bastante no processo da gestão democrática onde todos ouvem e são ouvidos. A maior dificuldade é administrar o tempo, pois processo democrático e lista de conteúdo, livro didático não combinam muito bem em apenas 20horas semanais. Haja criatividade. A escola de hoje é um lugar que os alunos gostam de estar, gostam de participar, gostam de planejar, gostam de produzir conhecimento. Eles só não gostam de “fazer dever”, “copiar do quadro”, “levar dever de casa”. Adora desenvolver projetos, fazer teatro, compor poesias, fazer murais, planejar Mostra de Ciências, Bienal do Livro, Aulas-Passeio.
     Ao usar de todos os recursos que dispõe para mostrar que o que eles gostam e o que eles não gostam é a mesma face de uma só moeda, mas a própria sociedade, através da família pinta a Escola como aquele lugar onde o decorar conteúdo é mais importante, lugar do poder disciplinar, do poder do conhecimento linear, do poder da exclusão. desde bem pequenos eles chegam à escola tendo dela este perfil.
     Desconstruir este paradigma também é um dos nossos maiores desafios. No entanto, participar destas mudanças requer assertivas para novos rumos na nova sociedade, a sociedade do conhecimento e, para isso, a que se pensar um novo perfil de escola e neste, o processo educativo e os que nela atuam, quanto sua forma e formato de como gerir o processo ensino-aprendizagem.


Fonte: Fascículo Psicologia da Aprendizagem e Educação Ética;
















Teorias Implícitas

As Teorias Implícitas são consideradas teorias, uma vez que da o entender que é um conjunto mais ou menos organizado de idéias. São implícitas, porque são inconscientes e não podem constituir-se em modelos mentais, uma vez que os modelos mentais correspondem a uma representação episódica, dinâmica e flexível de uma tarefa ou situação elaborada a partir da integração de uma parte da teoria implícita e das demandas da situação ou tarefa gerada na memória de corto prazo.
Segundo esse raciocínio, as teorias implícitas, “... são representações individuais construídas sobre o apoio de conhecimento adquirido, principalmente, no contexto social. Por outro lado, esta técnica de construção individual se vê mediado por formas culturais de influência social propiciadas por uma determinada sociedade (práticas ou atividades culturais).”
Assim, podemos afirmar que, embora permaneçam inacessíveis à consciência, as teorias implícitas apresentam um nível de organização interna, de estruturação e uma natureza forte dependente da situação sob o qual são produzidas.
São, portanto, produtos da construção de representações e versões incompletas da realidade.
As teorias implícitas são, dessa forma, um resumo de conhecimentos culturais e de experiências pessoais que compõem o que se denomina, com base noutros pontos de vista, de pensamento prático.
As teorias implícitas dos professores são construções simbólicas desenvolvidas no ensino ou na formação, ligadas a conceitos, princípios e crenças, de forma implícita. É o conjunto de crenças, ou intuições, que orienta, de forma inconsciente, o professor, baseando seu aprendizado de professor. Isso da a entender uma forma de visão oculta sobre a profissão, uma vez que as atitudes pedagógicas para os problemas na sala de aula e na escola não são independentes da mentalidade, da cultura geral e das atitudes dos professores. Trata-se, portanto, de referências significativas que os professores usam para orientar e mediar as atividades de formação e da prática profissional, uma vez que seu estudo e conhecimento, como explica Marrero (1993: 11): “Possibilitam a compreensão das distintas tomadas de decisões dos professores para planejar e implementar seu ensino, assim como para argumentar porque escolheu determinados caminhos, estratégias, conhecimentos, e não outros. Seus estudos contemplam explicações referentes à estrutura interna das representações docentes sobre o ensino, o processo de mediação e o currículo.”

Fonte: Fascículo Psicologias da Aprendizagem E Educação Ética UFMT_UAB; Teorias implícitas, inovação educacional e formação profissional dos professores Tema:
Processos de formação Autores: Ana Vogliotti Viviana Macchiarola.










O ensino cognitivo, comportamentalista e o humanista


 Partindo da idéia de que: ciências cognitivas, comportamentalista, e humanismo são coisas distintas, a primeira diz respeito ao estudo científico da mente que compreende várias linhas de investigação, como filosofia, neurociência e psicologia cognitiva, dentro da qual está situada a terapia cognitiva como prática clínica. A segunda é a filosofia da ciência do comportamento, que tem como uma das abordagens a análise do comportamento. A Psicologia Humanista propõe que o foco de atenção se volte ao ser humano em sua totalidade, considerando-o como uma entidade complexa de natureza biológica, psicológica e vivendo em sociedade, acredita que o ser humano se organiza, desenvolve o auto conceito e a inteligência de si. Como pessoa, o ser humano tem a propriedade de ter consciência de quem é ou do que é nas relações que se envolve, quer seja consigo mesmo ou nas relações com os outros. Compreende que, a partir das relações que ocorrem em seu mundo psicológico, a pessoa vai realizando e desenvolvendo suas potencialidades internas, e esse crescimento a torna capaz de compreender a si mesmo e aos outros. As relações que estabelece com a realidade permitem o desenvolvimento de conceitos que designarão sua vida e a sua posição como ser existente.
Do meu ponto de vista, a terapia comportamental e cognitivista é irreconciliável, porque partem de hipóteses completamente diferentes. O cognitivismo é mentalista e o comportamentalismo, não. O que aproxima um do outro é a palavra comportamental, mas é muito pouco, porque se nós fôssemos aprofundar nos significados que cada uma dá ao termo, iríamos verificar que inclusive a definição de comportamento não vai coincidir. O cognitivismo é uma forma de mentalizar, de mecanicismo e atribui ao mental uma força causadora, iniciadora de outros comportamentos que não coincide com a maneira como o comportamentalismo conceitua e trabalha o comportamento. O caminho não está numa fusão das três propostas. Uma não enriquece a outra. Ambas merecem respeito, tendo pessoas sérias trabalhando e pesquisando, mas eu acho que o humanismo ao analisá-lo desenvolveria com melhor resultados em minhas aulas, por dar igualdade à vida psicológica e emocional, onde ha orientação para que o aluno venha conhecer a realidade.
Vejamos algumas características da teoria humanista: o ensino é centrado no aluno, onde a criança se desenvolve sem a influência do aluno, ela se auto conhece e o professor é um guia auxiliador; no que diz respeito a educação,  o ensino está centrado no aluno e em sua própria capacidade de absorção deste conhecimento. Tudo que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal é educação; a escola deve oferecer condições que possibilitem a autonomia do aluno, onde as leis são estabelecidas por um parlamento escolar; O ensino deve estar centrado na pessoa provocar técnicas de dirigir sem dirigir. Dirigir a pessoa a sua própria experiência para se estruturar e agir; O professor não precisa obter competências e conhecimentos, se desenvolve em relação às concepções de si próprio e não decorrente de um currículo que lhe é imposto; O humanismo defende que o aluno se auto-avalie, pois só o individuo pode conhecer realmente a sua experiência. A autenticidade será a principal ferramenta do educador que conduzirá o aluno à aprendizagem significava. Ensinar é mais que transmitir conhecimento, é despertar a curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. É desafiar a pessoa a confiar em si mesmo e dar um novo passo em busca de mais. É educar para a vida e para novos relacionamentos. O professor passa a ser considerado um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que transmite conhecimento, e sim aquele que auxilia os educandos a aprender a viver como indivíduos em processo de transformação. O educando é instigado, forçado a buscar o seu próprio conhecimento, consciente de sua constante transformação. O que um facilitador ensina aos educandos é buscar o seu próprio conhecimento, para tornar-se independente e produtor de seu próprio processo de aprendizagem.
“A teoria Humanista é muito importante para o educador, e para os futuros “como eu”, pois este perceberá, através dela, que há um grande trajeto a ser percorrido por todos. Um caminho repleto de esperança, conquistas, respeito, desafios, ousadia e, principalmente, muito trabalho. Essa teoria convida a todos a refletir sobre as mudanças necessárias e que devem ser buscadas, tanto dentro como fora da sala de aula. Ela aponta para uma profunda mudança no relacionamento entre professor e aluno, relacionamento esse capaz de provocar transformações intensas, tanto no comportamento de ambos como na busca dos saberes. Suas observações são instigantes e levam o professor a repensar a educação que é imposta atualmente (de cima para baixo, de acordo com o próximo plano político). Apesar de toda intransigência do sistema educacional, essa teoria pode, sim, ser implementada dentro da sala de aula. Os relatos das escolas que adotaram esta teoria vêem para comprovar a sua importância para o futuro da educação. Escolas que romperam com a escola tradicional, enfrentaram as incertezas e ousaram, apesar do medo, construir a escola do futuro. Hoje existem várias teorias que desenvolvem a aprendizagem por meio da valorização da pessoa, e a teoria humanista inspirou muitas escolas a ousarem e colocarem essas teorias democráticas em prática. As escolas que apostaram nessas teorias enfrentam problemas, mas não se intimidam diante deles. Pelo contrário, todos juntos aprendem, um com o outro, a se fortalecer e solucionar as dificuldades encontradas pelo caminho.” (O aluno como centro das atenções, artigo Brasil escola).



Fonte: Fascículo de Psicologias da Aprendizagem e Educação Ética, UFMT-UAB; http://meuartigo.brasilescola.com/portugues/o-aluno-como-centro-das-atencoes.htm